O Rei Leão: O Musical – A peça mais foda que eu já fui
Vou confessar que nunca frequentei muito teatros, e sinceramente não sei porque. Talvez por conta do preço (se bem que hoje em dia, muitas peças saem mais barato que cinemas), talvez pela divulgação precária das boas peças, ou talvez mesmo pela falta de explosões, mas isso não tira (talvez tire só um pouco vai) o crédito da minha avaliação em dizer que O Rei Leão – O Musical é outro nível de teatro!
A peça musical de The Lion King foi concebida em 1997, pela cineasta americana Julie Taymor, sendo que está em cartaz até hoje na Broadway. Durante esses anos, vários países lançaram suas próprias versões do espetáculo, sempre utilizando atores nacionais, com exceção algumas vezes do personagem do Rafiki. Em março de 2013 chegou a vez do Brasil entrar nessa onda também, e desde então ela vem sendo magistralmente encenada no Teatro Renault, em São Paulo.
Tive a chance de conferir, o que vou deixar de chamar de peça e começar a chamar de show, em maio desse ano, e desde então não me organizei para descrever como foi essa ótima experiência, mas quando vi o aviso de “Últimas Semanas” em um e-mail da Tickets for Fun, vi que a hora tinha que ser essa.
Como você pode ter visto, todos os personagens são interpretados por atores em trajes meio africanos que lembram seus animais. Isso já é belo aos olhos por si só, mas unido ao fato de todos os animais presentes na peça serem atores, muitas vezes operando mecanismos móveis enormes, e somando quase 50 pessoas em cena simultaneamente, é que te deixa realmente embasbacado. E não diferente de outras peças, o cenário é uma parte fundamental, mas é durante as sequencias de ação ou de músicas, em que ele se mexe em harmonia com os atores, é que você percebe o real nível da produção que está assistindo.
O personagem mais bem representado e que, na minha opinião, rouba as cenas com certeza é o Zazu. Já que seria difícil um adulto vestido de pássaro interagir com os outros personagens, Zazu é uma marionete sendo manipulada por um ator vestido de mordomo! Além desse negócio de puppet e ventriloquismo já me chamar a atenção (adoro essa porra), nesse caso, ator e boneco se tornam um só, algumas vezes o boneco sendo o principal e outras sendo o ator, uma execução genial!
O áudio do show foi um espetáculo a parte! Todas as vozes dos personagens eram reproduzidas perfeitamente, parecendo que eles realmente faziam suas palavras ecoar pelo teatro todo, graças a qualidade do som e o fato de que, em momento nenhum, qualquer microfone ou aparelho de captação nos atores ficou evidente. Além disso, todas as músicas eram orquestradas ao vivo, pro músicos que ficavam embaixo do palco, tanto esmero e profissionalismo não poderiam gerar um resultado menos surpreendente.
Eu acabei comprando ingresso no melhor setor da casa, coisa que nunca fiz na minha vida, e posso afirmar, com cartola e monóculo, que valeu com certeza a (meia) entrada que paguei para sentar quase na Pedra do Reino. Mas um colega não tão provido de dinheiro (ou mais provido de família) sentou no Balção A (lá perto onde o Sol não toca), que nessa reta final sai por míseros R$50,00 / R$25,00 a meia, e disse que pode aproveitar a peça toda sem problemas.
A turnê se encerra dia 26 de outubro desse ano, então ainda dá tempo de se planejar e ir lá conferir. Não perca a chance de reviver toda essa magia, de uma forma tão intensa como você nunca imaginou antes!