Conheça: Scott Pilgrim contra O Mundo

Baseando-se na sua própria nerdice, D1 do Substância D (que logo terá um espaço aqui no blog) rapidamente entrou na fila de espera dessa obra recém chegada ao Brasil. Mal ela chegou, ele já havia escrito suas impressões, a fim de convencer todo nerd que pisa nesse mundo que essa obra deve ser lida. Confira:

Scott Pilgrim contra o mundo acaba de ser lançado no Brasil, pela Cia das Letras, em formato 12,70 x 19 cm, e com 368 páginas. A obra original foi lançada em seis volumes, mas, aqui no Brasil, a Cia das Letras optou por lançar um formato que agrupasse 2 volumes por vez, totalizando 3 edições.

À primeira vista, o leitor desavisado pode pensar que se trata de mais uma publicação de algum mangá da JBC: o formatinho acrescentado pelo volume de página P&B, com um personagem de olhos gigantes estampando a capa, pode ser facilmente confundido com um tesouro otaku, mas basta folhear as primeiras páginas que tal impressão cai por terra.

A HQ escrita pelo canadense Bryan Lee O’Malley, conta a história do jovem Scott Pilgrim. Desempregado por opção, o herói de 23 anos divide seu tempo entre os ensaios da péssima banda “Sex Bob-Omb” e os momentos de ócio no apartamento que divide com seu amigo gay, Wallace – com quem compartilha até a cama para dormir, gerando desconfiança até de suas namoradas.

Após sair de um relacionamento tumultuado (um dos mistérios da trama), Scott tenta esfriar a cabeça ao começar um namoro de fachada com a jovem colegial Knives Chau, de apenas 17 anos. Tudo ia bem, até Scott conhecer a misteriosa Ramona Flowers, americana recém-mudada para o Canadá, que aparecia em seus sonhos muito antes de se conhecerem. Scott se apaixona pela garota e, com muita insistência, começa um relacionamento com ela. O que Scott não sabia era que, para manter o namoro, ele deveria enfrentar (e derrotar) os 7 ex-namorados de Ramona, que haviam formado um grupo chamado “A Liga dos Ex-namorados do Mal”.

Scott Pilgrim homenageia, sim, os mangás, mas é nos games que a obra demonstra maior referência. A cada vitória, a cada golpe, onomatopéias estampando “Hit Combos” e “K.O.” agradam qualquer gamer amante de Street Fighter. Além disso, itens adquiridos em cada vitória, bem como as famosas “moedas”, deixadas por cada inimigo derrotado, faz com que qualquer fã do famoso game 8-bits da Sega entre em êxtase. Não é por acaso que a primeira banda formada pelo protagonista se chamasse “Sonic & Knuckles”.

Mas não é nas referências que a obra se destaca, e sim nos personagens: são diversos espalhados em cada capítulo, cativantes e totalmente relevantes à trama. A personalidade de cada um é bem destacada, ficando muito difícil você escolher um favorito. Os diálogos são mesclados entre o divertido e o nonsense, o que rende boas risadas em algumas situações absurdas.

Como baixista de uma banda, Scott vive às voltas do Rock independente canadense, o que é legal para aqueles que têm banda e querem muito divulgá-las. A corrida por uma apresentação, as bandas rivais, os shows, a autocrítica… Está tudo ali, fazendo muita gente sentir uma familiaridade muito grande com a obra.

Amor, relacionamentos e o fim da adolescência são outros assuntos abordados na obra, garantindo diversão não só para os nerds, mas também para toda a família. Scott Pilgrim contra o Mundo é uma obra extremamente divertida e cativante. Com a proximidade do lançamento do filme, que tem estreia prevista para 13 de agosto nos EUA, Michael Cera no papel do herói e direção de Edgar Wright, dos filmes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso, esse comics torna-se leitura obrigatória.