As Tartarugas Ninjas – A empolgação que faz o filme ficar maneiro

Rodeado por polêmicas, discussões e insinuações desde o dia que foi anunciado, As Tartarugas Ninjas de 2014 traz a responsabilidade de apresentar personagens ridiculamente inusitados que já estiveram presentes em tantas mídias diferentes, a toda uma nova geração cada vez menos imaginativa, mas sem ofender os milhões de fãs suados, na frente de suas telas de led, esperando um filme para odiar.

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Esse foi um dos filmes que criaram um fenômeno curioso em mim: Sempre que eu lia alguma notícia ou via uma foto, o sentimento de “isso vai ser uma merda” latejava, mas toda hora que eu assistia um trailer, ainda mais no cinema, esse pensamento era expugnado pela empolgação infantil de “Vai Michelangelo pooorrrraa!!”. Querendo ou não, o filme faz de tudo para você entrar nessa onda, seja com as cenas de luta, as explosões, a trilha sonora ou os diálogos engraçaralhos.

As referências às diversas outras mídias são inúmeras. São tantas que eu sinceramente não sei se foi respeito à toda a obra ou apenas artifícios para calar o público mais pentelho. Provavelmente eu mesmo devo ter deixado passar várias, mas sendo qualquer um dos motivos, me agradou do começo ao fim.

As Tartarugas ainda tem toda sua personalidade e carisma, e isso acontece de tal forma durante o filme que eu mesmo deixei de reparar em toda a polêmica envolvendo as feições dos ninjas, que incluíam seus lábios e narinas na discussão. A própria ridiculosidade da concepção dos personagens (haters gonna hate) é discutido no filme em um curto diálogo, nada mais justo para um filme que prometia trazer a série para a atualidade e dar um tapa de realidade.

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Por conveniência, decidi assistir o filme dublado no cinema, mas confesso que, mesmo com todo meu apreço, fiquei receoso, pois se tratando de protagonistas tão jovens e malandros era de se esperar uma dublagem bem regionalizada e exageradamente coloquial. Mas não foi o que aconteceu, o texto traduzido foi ótimo, mantendo a malemolência da ruas e a classificação etária de 12 anos, mas sem ser babaca ou infantilóide. Destaque para uma tal frase de efeito que ficou muito bem conhecida nos anos 90 que a versão dublada fez bem em traduzir!

[PARÁGRAFO DO SPOILER] Acho que a única coisa que realmente me incomodou e que eu acho que afetará meu julgamento dessa nova (possível) sequência cinematográfica é o fato do Mestre Splinter ter sido um rato que virou a criatura humanoide e de ter aprendido (e ensinado) ninjutsu sozinho, só lendo um livro. Não sei se foi referência a primeira origem do personagens, em que ele era um rato de estimação de um artista marcial, mas eu acho que retirar esse elemento de intimidade entre o Mestre e a cultura oriental pode ter afetado em muito a coesão do filme.

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O filme caminha bem durante seus humildes 101 minutos, com boa curva dramática e final merecido, concluindo um filme divertido, que cumpriu o prometido e que conquistou minha atenção. Agora é só tomar tenência daqui pra frente e não abusar que nem anda sendo feito com Transformers.

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